O presidente da Embraer, Frederico Curado, confirmou nesta terça-feira o acordo para a permanência da fábrica da Embraer em Harbin, para que sejam produzidos jatos executivos Legacy.
Ele também disse que a China encomendou 35 jatos comerciais Embraer 190, que tem cem assentos e custa US$ 43 milhões.
'A adaptação da fábrica em Harbin para a produção do Leagcy deve demorar até 24 meses, existe demanda na China por cerca de 600 jatos executivos nos próximos 10 anos', disse.
Sobre a produção de jatos Legacy no país, Curado disse não haver encomendas já feitas.
'Vamos entrar para explorar o mercado. É uma visão de investimento de risco. Não tem nenhuma garantia governamental do Brasil ou da China.'
O risco de fechamento da fábrica era um dos pontos mais polêmicos da relação entre os dois países. Um possível acordo para evitar essa situação já havia sido anunciado na segunda-feira, porém sem confirmação da empresa.
A Embraer é parceira da estatal Aviation Industries of China (Avic) desde 2002 e produzirá, neste mês de abril, a última unidade do modelo para o qual tem licença de fabricação, o ERJ-145, uma aeronave comercial de 50 lugares cuja demanda na China e no mundo despencou nos últimos anos.
Sem licença para fabricar outro modelo, mais competitivo, a fábrica corria o risco de ficar ociosa e fechar as portas em breve.
O embaixador brasileiro em Pequim, Clodoaldo Hugueney, disse que havia sido fechado um acordo com o governo chinês que permite a produção pela fábrica da Embraer na China do Legacy.
A informação ainda não foi confirmada pelo governo chinês.
O ministro das Minas e Energia Edison Lobão, que participou das discussões sobre a Embraer, disse que há novas encomendas chinesas. 'A China está realizando uma encomenda de 35 aviões da Embraer e isso pode avançar ainda mais.'
Segundo a Embraer, seria relativamente fácil para a empresa adaptar a linha de produção chinesa, atualmente preparada para produzir o ERJ-145, para a fabrição do jato executivo Legacy 600-650 (os dois modelos que devem ter demanda na China).
Isso porque a fabricação do Legacy usaria a mesma plataforma do RJ-145, sendo necessários poucos ajustes como nas ferramentas usadas.
Segundo a empresas, o ERJ-145 é vendido por US$ 22 milhões. O jato executivo Legacy, bem menor, com 13 assentos, fica entre US$ 28 milhões (o 600) e US$ 31 milhões (o 650), por conta principalmente do melhor acabamento.
O jato comercial ERJ-145, o atualmente fabricado pela Embraer na China, começou a ser produzido na metade da década de noventa e sua demanda foi afetada, entre outras coisas, por custos fixos mais elevados, como o aumento do preço dos combustíveis.
O mercado passou a preferir jatos comerciais com mais assentos, o que dilui custos.
O problema era que o governo chinês não aprovava o pedido de licença feito pela empresa em 2008 para a fabricação na China do Embraer 190. A interpretação no mercado de aviação era a de que a China queria desenvolver o seu próprio jato comercial de 100 lugares e quer evitar a concorrência da Embraer.
O Legacy, que contaria com a licença de fabricação caso o acordo seja mesmo oficializado, é um jato executivo e não comercial, operando portanto em um mercado diferente.
Fonte: Aqui
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